"É comum verem-se pessoas
que passaram boa parte de suas vidas em tarefa de doação, entrando em
depressão. Às vezes, elas próprias não compreendem a causa, decepcionando-se
com a vida. Isolam-se e evitam quem possa ajudá-las. Perdem o apetite ou mesmo
passam a comer demais. Têm o sono reduzido, quando não conseguem levantar da
cama pelo seu excesso. Lamentam-se na solidão de seus pensamentos, evitando o
contato com as pessoas que mais amam. Descuidam-se afetivamente. Entram num
sentimento de autopiedade e reclamam de Deus pelo seu estado. Às vezes, reduzem
sua mobilidade, evitando sair ou exercitar-se, pois se cansam com facilidade.
Noutras oportunidades, para vencer a fase crítica pela qual passam, agitam-se
saindo muito ou buscando manter-se em atividade constante. Não observam que
perderam o interesse pelas atividades mais simples e cotidianas da vida,
ficando indiferentes às ocorrências do dia-a-dia. Por conta disso culpam-se ou
se sentem inúteis. Simultaneamente, perdem o interesse pela atividade sexual
natural e diminuem a capacidade de se concentrar. Sentem tristeza e angústias
profundas. Algumas, porque são mais frágeis psicologicamente ou por influência
obsessiva, pensam em
suicídio. Em resumo, perderam o amor-próprio e o endereço de
Deus."