CHEGUE NA PAZ

20 de jul. de 2014

  Sorrindo à vida

Quando eu falo de ser a totalidade do que uma pessoa é em cada momento, refiro-me a estar muito presente no momento, no agora, evoluindo para além dos erros do passado e criando e florescendo um esplendoroso futuro.

Se vivemos cada momento atados ao penar de nossas faltas cometidas em outros tempos, estamos abandonando o barco à graça do que suceda, sem chegar nunca ao porto de nossa realização pessoal. Isso é irresponsabilidade. A vida é um presente com todo seu potencial, que abundantemente nos dá tudo quando estamos presentes, abertos a receber e em ação permanente de dar.

A entrega é o mais vital que você tem que aprender, porque é sinônimo de confiança absoluta. Para mim, entrega e rendição são sinônimos, e posso dizer: "rendo-me, entrego-me, abro-me a receber, a fluir, confio em minha criação e, em cada momento, foco-me nisso, rendo minhas emoções, rendo meus julgamentos, rendo tudo, e depois volto a focar na consciência, no espaço interno de paz. Sempre me rendendo, entregando meu intelecto a meu coração, a dualidade à unidade do amor". Se digo entrega ou rendição, não estou dizendo se dar por vencido, a vida não é uma guerra na qual, se me rendo, perco nas mãos do inimigo! Não! É o contrário, se me entrego, é que realmente vivo.

Não tenho que brigar, meu coração não sabe brigar, porque o coração não tem nada que proteger, é infinito e eterno, ama, de modo que sigo rendendo a cabeça ao coração, eu o sinto como se fosse uma reverência que cada pessoa faz ao mais elevado no que cada pessoa crê e sente, ao supremo; pois, na realidade, é isso: você está se rendendo à fonte mais elevada, que é a divindade, o amor incondicional, o amor-consciência, o espírito, ou o que talvez você chame Deus. Está rendendo a dualidade à unidade.

Então, cada um diz sim e confia, e faz o oposto ao que sempre tem feito: se sempre briguei para ter razão, para que as coisas se fizessem à minha maneira, contradizendo, discutindo, sendo complicado; agora, em um sim profundo, torno-me receptivo, simplesmente a que a vida em mim seja mais do que eu posso ver e fazer, que a vida, profundamente livre de ideias, agora me guie e me ensine o que preciso aprender.

No sim, torno-me receptivo, recebo e dou o sim em ação, em amor incondicional. Claro, você pode me dizer que o mundo tira cada um com muita facilidade e que é mais fácil o dizer que o fazer, e sim, entendo-lhe. Mas eu também vivo neste mesmo mundo, e antes me perdia em tudo o que o lado de fora provocava ou oferecia.

Desligava-me e me desenfocava, usando meus vícios de todo tipo, completamente. Até que senti que não podia seguir vivendo assim. Quando se chega a sentir isso, já não se pode seguir se escapando de si, tem que tomar responsabilidade e sentir o que está guardado, o que vai curando, os pesares, os medos e, no momento que você faz isto, experimenta como se expande o amor internamente e como tudo vai se acomodando para poder estar alinhado nesse amor, nessa paz e nessa alegria com a vida.

Isto é o que eu experimentei. Você começará a ver com clareza que era apenas estresse e que, ao movê-lo, canalizá-lo na expressão, poderá esvaziar sua carga, e a expansão que vem depois deixará ver a verdade do amor, porque desaparece o julgamento disso que achamos errado. Comece a estar mais atento ao que está sentindo ou aquilo que lhe perturba para mobilizá-lo responsavelmente, porque essa é a forma de sentir-se bem e livre da carga.

Pouco a pouco, você vai perceber isso, esteja disposto a sentir o que quer que seja, a movê-lo, e depois se ancora novamente na experiência interna de amor-consciência. Obviamente, como com tudo, é preciso criar o hábito, autoeducar-se para expressar e mover rápido e sem sofrimento, pois na realidade, o sofrimento provém do julgamento que temos sobre o que sentimos.

Mas se expressamos os diferentes estados de ânimo, se movemos sua carga, como o clima o faz entre a tormenta, o vento, o granizo e o sol, é como se começássemos a olhar o filme desde um espaço totalmente diferente: a tragédia se transformará em comédia e, possivelmente, você ache que pode até desfrutar, como uma comédia, e do que mais rirá será do primeiro ator, isto é, de você mesmo!

Esta foi minha experiência, pois minha vida era tão dramática e agora compartilho com você.