CHEGUE NA PAZ

25 de nov. de 2010

INCONSCIENTE? Mergulhe fundo neste mar...

O que é inconsciente? É o nosso próprio mundo, micro-mundo, e, ao mesmo tempo, imenso mundo. Construímos nossa realidade a partir do nosso mundo. Um dos símbolos do inconsciente é o mar. O mar que é extenso, misterioso e recobre a maior parte da Terra. Assim como o mar é maior em extensão do que a terra, o inconsciente também domina uma boa parte da nossa vida. Ele contém tudo o que pensamos, sentimos, vivemos. O consciente seria o que nós conhecemos. O inconsciente, como o próprio nome diz, o que não conhecemos. De vez em quando, alguma coisa emerge do inconsciente e passamos a conhecê-la. Mas, na maior parte das vezes, recebemos muitas emoções que vão diretamente ao nosso inconsciente. Estas emoções nos “informam” de algo, mas isto se dá imperceptivelmente. Por exemplo, quando você conhece alguém, você tanto retém informações conscientes, dados sobre a pessoa, como você percebe uma série de coisas que excedem em muito aquilo que você conscientemente catalogou. Suponha, por exemplo, que você esteja conversando com uma pessoa com uma roupa amarrotada.
Talvez o seu consciente registre isto. Mas se você não é uma pessoa atenta a roupas, vai ser o seu inconsciente quem vai registrar e transformar isto em uma informação. Assim, você tanto pode guardar o dado objetivo ('esta pessoa está com a roupa amarrotada'), como você também pode guardar o fato subjetivo ('esta pessoa é aérea, tem um lado fora da realidade'), assim como você pode guardar os dois.
A maior parte do nosso 'arquivamento' de informações sobre o mundo que nos rodeia é feito de impressões inconscientes, mesmo que a pessoa tenha um excelente registro objetivo (pessoas detalhistas, observadoras, atentas. Inclusive, o encontro entre as pessoas se dá praticamente através do nível inconsciente. Você rejeita ou aceita uma pessoa a partir do que você 'sente' dela. As outras características que você percebe racionalmente são acréscimos a isto. Inclusive, os 'encontros da vida' se dão muito por encaixes do inconsciente. Por exemplo, tenho uma relação problemática com o genitor do sexo oposto, vou atrair alguém que, inconscientemente, é idêntico a este genitor em um nível muito específico.
As diferenças serão aparentes, pois, na prática, meu relacionamento com esta pessoa, terá a mesma dinâmica que existia no relacionamento com meu pai ou mãe. Assim, o inconsciente teria um poder de repetir situações compulsivamente. É por esta razão que os psicólogos e terapeutas se debruçam muito sobre o inconsciente: eles sabem que tudo o que acontece na vida de uma pessoa começa no inconsciente. Tendo o inconsciente uma atuação tão forte em nossa vida e sendo, por definição, algo a que nunca teremos total acesso - até porque o inconsciente está ligado a outras experiências que extrapolam o comum, pois implica na nossa ligação com o mundo -, há algo que podemos fazer para evitar que o inconsciente domine a nossa vida?
O que é uma vida dominada pelo inconsciente? A vida dominada pelo inconsciente é uma vida em que há um ponto (ou 'nó') básico de infelicidade e insatisfação, e na qual a pessoa parece agir dominada por forças quevencem a sua vontade e o seu livre arbítrio. Pode-se dizer que a pessoa cuja vida é dominada pelo inconsciente, parece estar o tempo todo afogada em padrões que se repetem de modo circular.
Além disso, observando-se atentamente é possível notar a total ausência de criatividade, com modelos muito evidentes de um passado operando. Embora o inconsciente seja uma força atuante muito poderosa, assim como vivemos na terra, na parte sólida, só podemos ter 'vida' - em seu sentido criativo - vivendo no consciente. Ou seja, quando somos capazes de decidir o rumo de nossa vida.
Quando somos capazes de ir na direção que o nosso consciente esteja apontando, muitas vezes orientado pelo inconsciente, mas sem a força aprisionante de um passado ou de um padrão. A maneira de fazer isto é aprendendo a se interpretar. A interpretar o que se faz, o que se pensa. A outra maneira é aprender a observar. Sempre que nos flagramos em padrões compulsivos temos mais chances de nos livrar deles.
Por exemplo, uma pessoa pode se perguntar por que fica tão nervosa quando se encontra com pessoas que detenham autoridade e poder. Logo ela vai descobrir a relação disso com o relacionamento com um dos pais e, a sua maneira, ela terá de aprender a lutar não contra a sensação que está sentindo, mas com todos os mecanismos que a levam pensar que possa ser esmagada por uma autoridade. Neste exemplo, esta pessoa terá de entender como enxergar a autoridade. Porque nosso inconsciente é basicamente feito de imagens, e não de palavras. São nossas imagens distorcidas - que fazemos de nós mesmos e dos outros - que dão 'munição' para que o nosso inconsciente 'engula' a nossa vida.
Assim, para mergulhar no mundo do inconsciente é preciso mergulhar nestas imagens. Ver principalmente o que você IMAGINA das coisas.
Por exemplo, uma pessoa que se deixe humilhar certamente imagina os outros como 'melhores'. Esta é a imagem que está grudada no inconsciente dela e que faz com que ela reaja sempre da mesma maneira. Se alguém pretende conhecer seu inconsciente, tem de aprender a deixar que algumas destas imagens venham à tona, com clareza e honestidade, para poder alterá-las e modificar a matriz, ou seja, colocar algo no inconsciente que seja bom. Podemos dizer que toda a nossa vida é aprender a colocar coisas positivas no inconsciente, que nos ajudem, e este é um trabalho incessante dentro do imenso e misterioso mar que o inconsciente é.

autor: edgar@desenvolvimentointerior.com.br