CHEGUE NA PAZ

4 de set. de 2010

Puxa, meu Deus!

Puxa, meu Deus! Por que é que a gente sofre tanto?
Por que é que o pranto chega sem ser convidado?
Por que é que a vida é feita de desencanto?
Por que o encanto mostra sempre o outro lado?

Puxa, meu Deus! Por que é que o sonho se dissipa?
Por que é que a dor se antecipa ao sorriso?
Por que é, Senhor, que o nosso amor não participa
Da emoção de um coração tão indeciso?

Puxa, meu Deus! Há tanto sonho em cada peito
Insatisfeito, procurando a alegria
Da emoção de ser feliz, quando é desfeito
Todo o desejo de dar vida à fantasia.

Puxa, meu Deus! Se a verdade é tão cruel,
Que a gente minta a solidão e, nos espelhos,
A gente veja um anjo vindo lá do céu
E nunca um homem solitário de joelhos.

Puxa, meu Deus! É muito triste ser adulto
E ver o sonho envelhecer dentro de nós
Ver os desejos transformarem-se no vulto
Da solidão humanamente tão atroz.

Puxa, meu Deus! Há um milagre em cada prece
Que arrefece quando a angústia é poderosa,
Mas teu amor supera a dor que entristece
O nosso amor, quando a tristeza é mais teimosa.

E se o milagre improvável acontece,
Puxa, meu Deus! A sensação que nos invade
É tão bonita que cativa e enternece
O coração com a mais sutil felicidade.

Por isso, Deus... faz com que a gente realize
Nossos desejos de maneira natural
E que o amor que há em ti nos tranqüilize
Quando a angústia nos trouxer a dor e o mal.

Que o teu milagre surja sempre em cada irmão
Que nos ensine até mesmo sem querer
Que é no pulsar do mais tristonho coração
Que cada sonho faz o amor sobreviver.

Que cada amigo, cada irmão, cada pessoa
Nos surpreenda e nos faça acreditar,
Que cada sonho é uma alma que voa
Quando a intenção de ser irmão nos faz voar.

Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros - 25/02/2007

"Viver é chegar onde tudo começa. Amar... é ir onde nada termina!”