CHEGUE NA PAZ

3 de jul. de 2010

Ontem... meu Bambu amado


Era uma vez um maravilhoso jardim, situado bem no centro de um grande campo. O dono costumava passar pelo jardim, ao sol do meio-dia... Um esbelto BAMBU era para ele a mais bela e estimada de todas as árvores e plantas do seu jardim. Esse BAMBU crescia e se tornava cada vez mais lindo. Ele sabia que seu Senhor o amava e que ele era sua alegria. Um dia, o dono, pensativo, aproximou-se de seu amado BAMBU. Num sentimento de profunda veneração, o BAMBU inclinou-se imponente. O Senhor disse: - Querido BAMBU, eu preciso de ti. O BAMBU ESTAVA FELIZ; parecia ter chegado a grande hora de sua vida. Ele respondeu:
- Senhor, eu estou pronto. Faze de mim o que quiseres.
- BAMBU, a voz do Senhor era grave- só poderei usar-te se eu te podar.
- Podar...a mim? Por favor, não faça isso! Deixa a minha bela figura. Tu vês como todos me admiram!
- Meu BAMBU amado... O senhor falou com voz ainda mais grave – não importa que te admirem ou não. Se eu não te podar, não posso usar-te. No jardim, tudo ficou silencioso. O vento segurou a respiração. Finalmente, o lindo BAMBU sussurrou:
- Senhor, se não podes usar-me sem podar, então... FAZE DE MIM O QUE QUISERES.
- Meu querido BAMBU, devo começar cortando as tuas folhas. O sol escondeu-se atrás das nuvens. Uma borboletas afastaram-se assustadas. Não se pode crescer só acima dos outros. A união de todos faz a festa de cada um. O BAMBU, trêmulo, a meia voz, disse:
- Senhor corta-as. O Senhor disse:
- Ainda não basta. Devo cortar-te ao meio e tomar-te o coração. Se não faço isto, não posso usar-te.
- Por favor Senhor- disse o BAMBU –eu não poderei mais viver. Como viver sem um coração?...
- Devo tirar-te o coração, caso contrário, não posso usar-te. Então o BAMBU inclinou-se até o chão e disse: Senhor, corta. Corta e divide. Reparte. O Senhor desfolhou o BAMBU. Decepou seus galhos. Partiu-o em duas partes. Tirou-lhe o coração. Depois levou-o para o meio do campo ressequido, a uma fonte de onde brotava água fresca. Lá, o Senhor deitou cuidadosamente o seu querido BAMBU no chão. Levou uma das extremidades do tronco para a fonte e a outra levou até o campo. Fez uma ponte. A fonte cantou suas boas-vindas. As águas cristalinas precipitaram-se alegres pelo corpo despedaçado, correram sobre os campos ressequidos que por elas tanto haviam suspirado. Ali, plantou-se o trigo... o arroz... o milho... o feijão. Os dias passaram... a sementeira brotou, cresceu e... veio a colheita. Assim, o maravilhoso BAMBU de outrora, em seu aniquilamento e humildade, transformou-se numa grande bênção. Quando ele era belo, grande, crescia só para si e se alegrava com a sua própria beleza. No seu aniquilamento, ele se tornou o canal do qual o Senhor se serviu para fecundar as suas terras. E muitos, muitos homens revivem esta história do Senhor e seu amado BAMBU.

DEUS QUANDO PEDE A PODA, É CERTA A COLHEITA.